segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Savant



SINDROME DE SAVANT

Síndrome de Savant A Síndrome de Savant é considerada um distúrbio psíquico com o qual a pessoa possui uma grande habilidade intelectual aliada a um déficit de inteligência. As habilidades savants são sempre ligadas a uma memória extraordinária, porém com pouca compreensão do que está sendo descrito. // Caracterização Encontrada em mais ou menos uma em cada 10 pessoas com autismo e em, aproximadamente, uma em cada 2 mil com danos cerebrais ou retardamento mental, a síndrome de savant é citada na literatura científica desde 1789, quando Benjamim Rush, o pai da psiquiatria americana, descreveu a incrível habilidade de calcular de Thomas Fuller, que de matemática sabia pouco mais do que contar. Em 1887, no entanto, John Langdon Down, mais conhecido por ter identificado a síndrome de Down, descreveu 10 pessoas com a síndrome de savant, com as quais manteve contato ao longo de 30 anos – como superintendente do Earlswood Asylum (Londres). Langdon usou o termo idiot savant (sábio idiota), para identificar a síndrome, aceito na época em que um idiota era alguém com QI inferior a 25. Atualmente, graças aos cerca de cem casos descritos na literatura científica, sabe-se muito mais sobre esse conjunto de habilidades - condição rara caracterizada pela existência de grande talento ou habilidade, contrastando fortemente com limitações que, geralmente, ocorrem em pessoas com QIs entre 40 e 70 – embora possa ser encontrado em outras com QIs de até 114. Há ainda muito a ser esclarecido sobre a síndrome de savant. Os avanços das técnicas de imageamento cerebral, entretanto, vêm permitindo uma visão mais detalhada da condição, embora nenhuma teoria possa descrever exatamente como e por que ocorre a genialidade no savant. Mais de um século, desde a descrição original de Down, especialistas vêm acumulando experimentos. Estudos realizados por Bernard Rimland, do Autism Research Institute (Instituto de Pesquisa do Autismo), em San Diego, Califórnia, vêm corroborar com a tese de que algum dano no hemisfério esquerdo do cérebro faz com que o direito compense a perda. Rimland possui o maior banco de dados sobre autistas do mundo, com informações sobre 34 mil indivíduos. Ele observa que as habilidades savants presentes em pessoas autistas são, mais freqüentemente, associadas às funções do hemisfério direito (incluem música, arte, matemática, formas de cálculos, entre outras aptidões), e as habilidades mais deficientes são as relacionadas com as funções do hemisfério esquerdo (incluem linguagem e a especialização da fala). A síndrome de savant afeta o sexo masculino com freqüência quatro a seis vezes maior e pode ser congênita ou adquirida após uma doença (como a encefalite) ou algum dano cerebral. Ilhas de Genialidade Abaixo uma relação de algumas pessoas com a Síndrome de Savant. Leslie Lemke – Aos 14 anos tocou, com perfeição, o Concerto nº 1 para piano de Tchaikovsky, depois de ouvi-lo pela primeira vez enquanto escutava um filme de televisão. Lemke jamais tinha tido aula de piano, é cego, mentalmente incapacitado e tem paralisia cerebral. Richard Wawro (Escócia) é reconhecido internacionalmente por seus trabalhos artísticos. Um professor de arte (Londres), quando Wawro era ainda criança, descreveu-o como incrível fenômeno, com a precisão de um mecânico e a visão de um poeta. Wawro é autista. Kim Peek memorizou mais de 12.000 livros. Descreve os números de rodovias que vão para qualquer cidade, vilarejo ou condado dos EUA, códigos DDD, CEPs, estações de TV e as redes telefônicas que os servem. Identifica o dia da semana de uma determinada data em segundos. É mentalmente incapacitado, depende de seu pai para suas necessidades básicas. Peek serviu de inspiração para o personagem Raymond Babbit, que Dustin Hoffman representou em 1988 no filme Rain man. Alonzo Clemons pode criar réplicas de cera perfeitas de qualquer animal, não importa quão brevemente o veja. Suas estátuas de bronze são vendidas por uma galeria em Aspen, Colorado, e lhe deram reputação nacional. Clemons é mentalmente incapacitado. Daniel Tammet com capacidade para dizer 22.514 dígitos de PI e aprender línguas rapidamente (fala 11 línguas).

Savant

A SÍNDROME DE SAVANT

Copyright © 1978-1995. Sylvio Ourique Fragoso
Todos os direitos reservados.
As coisas da natureza obedecem a ciclos definidos. Do esplendor do plenilúnio vemos a claridade lunar extinguir-se até às sombras da lua nova, para depois o brilho selênico vir aos poucos revestindo-se de prata e refulgir de novo na plenitude da lua cheia.
As árvores perdem seu verde, apresentando-se nuas e melancólicas no inverno, mas depois de novo reverdecem para outro festival de vida em nova primavera.
E se tudo é assim, por que seria diferente com o homem?
Os fatos que evidenciam a reencarnação pululam aos nossos olhos, só não os vendo quem não os queira ver. Os arquivos dos pesquisadores psíquicos, há pelo menos um século, vêm se abarrotando de casos exaustivamente pesquisados, e no próprio império do materialismo russo os estudos sobre o que se convencionou chamar de "memória extracerebral" vão acumulando evidências sobre a imortalidade e o renascimento, mas ante as desigualdades da vida muitos são os que ainda preferem crer em inexplicáveis "desígnios divinos", que seriam a mais completa negação da justiça, ou em mirabolantes teorias da ótica materialista, muito mais fantásticas do que a verdade singela e patente da palingênese. Talvez por isto surjam de vez em quando fenômenos ostensivos, como um brado de alerta a despertar as consciências hibernantes para a realidade maior de nossas vidas.
O programa "Fantástico" de 08/01/84 mostrou, sem que esta fosse a sua intenção, alguns casos evidentes de reencarnação camuflados naquilo que os doutos estão chamando de "Síndrome de Savant". Tal síndrome consiste na grande aptidão para certas atividades e que é encontrada em pessoas portadoras de deficiência mental, aptidão essa que se apresenta independentemente de qualquer aprendizagem prévia. As autoridades médicas entrevistadas, embora tivessem a honestidade de reconhecer que nada sabiam sobre a natureza desse fenômeno, mostraram-se inclinadas a considerá-lo como um desenvolvimento excepcional da memória. Só que essas autoridades se esqueceram de explicar aos telespectadores como é possível alguém ter memória daquilo que nunca aprendeu e que, no caso, nem poderia aprender, considerada a grave deficiência mental dos portadores daquela síndrome.
O que a televisão mostrou foram alguns cidadãos norte-americanos, todos com grande retardo mental, e que não obstante possuem capacidade para a execução de certos atos com tal perfeição que se aproximam da genialidade. Vejamos dois desses casos.
Um deles é um escultor. Trata-se de um homem com a inteligência tão comprometida que não consegue articular uma frase que tenha mais que três palavras. E no entanto, desde muito criança revelou espontaneamente uma assombrosa habilidade para esculpir animais. Qualquer animal, embora sua preferência recaia sobre elefantes e cavalos. Mas não se trata de uma escultura estilizada ou grotesca. Os animais que molda são absolutamente perfeitos, e ele os faz em questão de minutos. E o notável é que quando o repórter lhe perguntou (perguntou pausadamente, para que aquela inteligência em eclipse pudesse entender a pergunta) como ele sabia esculpir tão bem, o pobre rapaz, dentro de sua limitação, deu a mais sintética, a mais assombrosa e a mais verdadeira resposta de quantas poderia dar. Disse ele simplesmente:
- I remember ! (eu me lembro).
O outro caso é o do pianista. Trata-se de um homem com acentuado retardo mental, cego de nascença e com tal descoordenação motora que mal consegue segurar um lápis que lhe dêem. Essa pessoa foi adotada, quando criancinha, por uma senhora que a encontrara em um orfanato. Ocorre que sua mãe adotiva tinha um piano em casa e uma noite, quando a criança estava já com dois anos de idade, a mulher e o marido foram acordados por alguém que executava ao piano a Sinfonia nº 1 de Tchaikovsky. Correndo para ver quem assim tocava, qual não foi o espanto do casal ao se deparar com o menino, cego e retardado mental, que junto ao piano executava aquela difícil peça.
E até hoje, já homem feito, ele toca com desembaraço qualquer música, clássica ou popular, bastando para tanto, ouvi-la uma vez. O repórter do "Fantástico" fez ainda um teste com o homem: ligou um gravador deixando-o ouvir duas músicas que lhe eram desconhecidas, sendo uma delas uma peça difícil de Vila Lobos e a outra o choro "Carinhoso". Mal as ouvira, o rapaz as reproduziu ao piano.
Qualquer um sabe que para se tocar piano sem olhar o teclado é preciso muito treino, até que se crie o condicionamento necessário para que os dedos sejam levados sem auxílio da vista para as teclas certas. Como se explica que uma criança de dois anos de idade, cega de nascença e deficiente mental pudesse, na primeira vez em que se aproximou de um piano, dirigir seus dedos corretamente e executar uma obra de Tchaikovsky? Não se trata de ficar tecleando até achar as notas. Suas mãos, que ainda hoje mal seguram um lápis, foram impulsionadas diretamente para as teclas certas, do começo ao fim da música.
Os psiquiatras consultados falam em "memória". Mas se a criança era cega, sem coordenação motora e deficiente mental, se nunca havia estudado piano, de onde lhe veio essa memória aos dois anos de idade? Afinal, memória de quê?
Mas os psiquiatras não estão de todo errados. Trata-se, por certo, de memória. Mas em vão se há de procurá-la naquele cérebro destrambelhado.
Não faltará também quem fale no desenvolvimento de certas áreas cerebrais, que estariam atuando como que numa compensação pelas áreas comprometidas do outro hemisfério cerebral. Mas uma explicação científica ou engloba os casos na totalidade e a totalidade dos casos, ou deixa de ser científica. Por que esse desenvolvimento de áreas cerebrais só se expressa quando se trata de tocar piano (onde as duas mãos são usadas) e desaparece quando se trata de operações muito mais simples, como traçar um risco com um lápis? E depois, que área cerebral pode ser capaz de conduzir as mãos de um cego sem nenhum ensaio anterior, sobre o teclado de um piano, de modo a não errar uma nota? Que se fale em memória auditiva, está bem. Mas os dedos só poderiam ferir as teclas certas, desde a primeira tentativa, em decorrência de um condicionamento, fruto de um aprendizado prévio. Além do mais, é um tanto temerário pretender que o cérebro justifique todos os fenômenos da vida. Charles Richet, prêmio Nobel de fisiologia, já observara que o paralelismo absoluto, constante, irresistível, entre o pensamento e a função do cérebro não é de evidência indiscutível.
É claro que o cérebro é o veículo de expressão da alma, de tal sorte que se ele está lesado a manifestação da inteligência fica prejudicada. Mas o fato é que a alma, por vezes, encontra forma de vencer a barreira de um cérebro anômalo. Bozzano menciona um oficial de Antuérpia que viveu toda uma vida normal, apenas com persistente dor de cabeça. Depois de morto, a autópsia revelou que um abscesso lhe reduzira o cérebro a uma papa de pus. Segundo Benecke, o professor Surya faleceu em plena lucidez. No entanto a autópsia demonstrou que seu cérebro há muito estava completamente decomposto. O Dr. Edmond Perrier ao autopsiar um homem que morrera com as funções psíquicas íntegras notou que seu cérebro se apresentava como uma "delgada casca de onde o pus espirrava". Schleich menciona vinte pessoas cujos cérebros estavam seriamente lesados e que não apresentavam alteração psíquica nenhuma. Bem recentemente os jornais noticiaram o caso de um universitário da Inglaterra, dono de elevada inteligência, cujo córtex cerebral não tem mais que um milímetro de espessura, sendo o peso de seu cérebro devido apenas ao líquor de que está cheio. O líquor, como se sabe, é aquele fluido aquoso também chamado líqüido cefalorraquidiano, e que entre outras coisas serve para proteger o sistema nervoso central, agindo como um amortecedor contra contusões. Pois bem. Para a ciência materialista este indivíduo deveria estar morto, ou pelo menos deveria ser um retardado mental profundo. E é um universitário de inteligência acima da média.
Tornando ao nosso pianista, restam-nos quatro hipóteses para lhe explicar o caso, já que a teoria do desenvolvimento de certas áreas cerebrais mostra-se inadequada. São elas:
1) É tudo fraude. O rapaz não toca desde os dois anos de idade. Estudou anos a fio e não tem retardo mental nenhum.
2) Aquela criança, cega e retardada, acertou as notas da sinfonia de Tchaikovsky por mero acaso e com o passar do tempo foi memorizando a posição das notas musicais no teclado.
3) As suas mãos foram e são conduzidas corretamente por influência de uma outra inteligência.
4) As suas mãos foram, desde muito cedo, conduzidas corretamente em decorrência de um condicionamento, fruto de anos de estudo e de prática.
A primeira hipótese iria levar-nos a um número infindável de mentirosos. A começar do rapaz, que se fingiria de retardado o tempo todo, até chegarmos aos psiquiatras entrevistados, passando pelo pessoal do orfanato, que compromete a sua instituição omitindo-se diante da fraude, os pais do implicado, seus vizinhos que não denunciaram a burla, o professor de piano que se esconde e toda a equipe do "Fantástico". Considerando que o rapaz em sua cidade é uma celebridade, pois freqüentemente dá concertos com fins benemerentes, há ainda toda uma população de mamparreiros. Cremos que esta hipótese pode ser descartada sem maiores considerações.
A segunda hipótese, posta em termos de probabilidade estatística, leva-nos ao absurdo. Seria como se alguém tendo recortado várias centenas de letras do alfabeto as jogasse todas do alto de uma torre e então as letras, balançando ao sabor do vento, tocassem o chão ordenadamente, recompondo o texto do Navio Negreiro, de Castro Alves. Também esta hipótese podemos abandonar.
Pela terceira conjectura teríamos a influência mediúnica: o rapaz nada mais seria que um médium. Esta hipótese poderia ser viável. Há na Inglaterra, por exemplo, a médium Rosemary Brown que quando em transe executa ao piano obras inéditas dos grandes mestres da música e há no Brasil o Luiz Gasparetto, que mediunizado pinta quadros dos gênios da pintura. Mas a Rosemary fora do transe é uma pianista medíocre e o Gasparetto, consciente, não sabe o que fazer com suas tintas. Nos casos que estamos discutindo, não. Tanto o escultor como o pianista têm o domínio de suas artes. A habilidade neles é permanente, não dependendo de nenhum tipo de transe para se manifestar.
Resta a quarta hipótese. A criança conseguiu tocar com desenvoltura porque passara por um processo de aprendizagem que lhe criara as respostas condicionadas requeridas para tal atividade. Entretanto, tendo apenas dois anos de idade, sendo cega e deficiente mental, não tivera nem tempo nem condições de realizar tal aprendizado nesta vida, devendo pois, tê-lo feito em outra. E isso lhe foi tão marcante, que o condicionamento adquirido pôde vencer a barreira do túmulo e do útero, vindo a se manifestar em nova existência, não obstante as deficiências do atual corpo físico. Afinal, a sede da inteligência é a alma, e o processo de aprendizagem deixa suas matrizes impressas no perispírito.
Por essas e por outras é que ficamos a pensar que se o repórter, ao se dirigir ao pianista que entrevistava, perguntasse como podia ele desde os dois anos tocar piano sendo cego e deficiente mental, a resposta que o rapaz poderia dar, se um lampejo de inspiração lhe atingisse a alma, seria aquela mesma do escultor, que numa admirável síntese revelou uma verdade que tantos ainda teimam em negar:
- I remember !
E essa resposta, em sua singeleza, far-nos-ia aflorar à mente o texto de Mateus:
Graças te dou a ti, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos.

fevereiro/1984

Savant

Caso de um savant autista (com Síndrome de Asperger)
Daniel Tammet é um jovem savant autista. Daniel Tammet foi diagnosticado com síndrome de Asperger e possui uma capacidade de aprendizagem notável associada a sinestesia.
David é também capaz de comunicar as suas experiências pois ao contrário de autistas profundos que por vezes possuem estas capacidades consegue articular claramente.
O New Scientist tem realizou uma entrevista a este jovem excepcional que pode ser lida clicando aqui: Inside the mind of an autistic savant.
Deixo também o link para um artigo que examina a sua memória: clicar aqui.
Podem ainda ver o documentário sobre Daniel intitulado The boy with the incredible brain:
* Leslie Lemke – Aos 14 anos tocou, com perfeição, o Concerto nº 1 para piano de Tchaikovsky, depois de ouvi-lo pela primeira vez enquanto escutava um filme de televisão. Lemke jamais tinha tido aula de piano, é cego, mentalmente incapacitado e tem paralisia cerebral.

* Richard Wawro (Escócia) é reconhecido internacionalmente por seus trabalhos artísticos. Um professor de arte (Londres), quando Wawro era ainda criança, descreveu-o como incrível fenômeno, com a precisão de um mecânico e a visão de um poeta. Wawro é autista.

* Kim Peek memorizou mais de 12.000 livros. Descreve os números de rodovias que vão para qualquer cidade, vilarejo ou condado dos EUA, códigos DDD, CEPs, estações de TV e as redes telefônicas que os servem. Identifica o dia da semana de uma determinada data em segundos. É mentalmente incapacitado, depende de seu pai para suas necessidades básicas. Peek serviu de inspiração para o personagem Raymond Babbit, que Dustin Hoffman representou em 1988 no filme Rain man.

* Alonzo Clemons pode criar réplicas de cera perfeitas de qualquer animal, não importa quão brevemente o veja. Suas estátuas de bronze são vendidas por uma galeria em Aspen, Colorado, e lhe deram reputação nacional. Clemons é mentalmente incapacitado.

* Daniel Tammet com capacidade para dizer 22.514 dígitos de PI e aprender línguas rapidamente (fala 11 línguas).

Savant

Os portadores de Síndrome de Savant são um mistério que fascina e intriga a ciência. Donos de uma memória extraordinária – são capazes de decorar livros inteiros depois de uma única leitura ou tocar uma música com perfeição após a primeira audição –, eles possuem ao mesmo tempo sérios défices de desenvolvimento, como uma grande dificuldade para falar e se relacionar socialmente. É assim que começa um texto da edição on-line do jornal O Globo, de quem Ciência Hoje recebeu autorização expressa para citar e reproduzir parcialmente.



Ainda segundo O Globo, a síndrome costuma aparecer em dez por  cento dos autistas e também dois por cento das pessoas que sofrem algum tipo de dano no cérebro, provocado por acidente ou doenças. O mais famoso savant do mundo, o americano Kim Peek, que inspirou o director Barry Levinson a fazer o filme Rain Man, aprendeu a ler aos 2 anos e hoje, aos 55, sabe de cor mais de 7.500 livros.


«Eles desenvolvem habilidades excepcionais numa determinada área, mas mal conseguem comunicar-se e relacionar-se com as outras pessoas. Costumamos dizer que são como ilhas de excelência num mar de deficiências», conta a O Globo o psiquiatra Estêvão Valdaz, coordenador do Projecto Autismo do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Quem primeiro descreveu o savantismo foi o médico Langdon Down – que ficou famoso por ter identificado a síndrome de Down (vulgo mongolismo). Em 1887, Down apresentou à sociedade médica de Londres a história de dez pacientes que ele chamou, na época, de "idiots savants" ou sábios idiotas. De lá para cá, pouco se avançou no sentido de se descobrir as causas que levam essas pessoas a terem uma memória extraordinária. Muitos cientistas acreditam que a síndrome está relacionada a algum tipo de dano no hemisfério esquerdo do cérebro que forçaria o lado direito a compensar essa falha. Isto porque as habilidades desenvolvidas pelos portadores da síndrome, normalmente nas áreas de música, pintura, desenho e cálculo são todas relacionadas com esse hemisfério. Já as funções ligadas ao lado esquerdo, como a linguagem e a fala tendem a ser pouco desenvolvidas.


«Apesar de possuíram uma memória espectacular, essas pessoas não sabem o que fazer com tudo aquilo o que aprendem. Não sabem como aplicar esse conhecimento na sua vida quotidiana. São, na verdade, grandes decorebas», avalia o psiquiatra nas suas declarações a O Globo.

A Síndrome de Savant, que é quatro vezes mais frequente entre os homens, pode ser congénita ou adquirida após algum tipo de dano cerebral. Não é uma doença de diagnóstico fácil. Principalmente, quando surge em consequência do autismo, que costuma se manifestar na infância. Estêvão Valdaz diz que a maioria dos pais costuma ficar tão maravilhada com as habilidades do filho que custa a crer que na verdade a criança tenha algum problema.

Super-dotados

Pessoas superdotadas são consideradas portadoras de habilidades que se destacam em relação ao rendimento apresentado, podem ser em capacidades intelectuais, talentos em artes, capacidade psicomotora, criatividade, produtividade, aptidões e outros.
Para o Ministério da Educação, a superdotação é vista em crianças de alto desempenho e potencialidade em quaisquer aspectos. Pode ser geral se verificar diferentes informações, conclusões em diversas experiências e específicas se alcançar conhecimento, prática e habilidades em determinadas áreas.
Dentre algumas características que especificam os superdotados, destaca-se:


Curiosidade aguçada,
Persistência,
Crítica,
Alto senso de humor,
Não aceitação de informações superficiais,
Fácil compreensão de princípios gerais,
Apresentação de muitas idéias,
Não admissão de injustiças,
Espírito de liderança.
Por Elvis Sousa
Equipe Brasil Escola

 
A Síndrome de Savant é encontrada em 10% dos autistas, dizem cientistas 2009-06-09 01:54:27
 
 

A síndrome (conjunto de sinais e sintomas) de Savant é considerada um distúrbio psíquico com o qual a pessoa possui uma grande habilidade intelectual aliada a um déficit de inteligência.As habilidades savants são sempre ligadas a uma memória extraordinária, porém com pouca compreensão do que está sendo descrito.
Encontrada em mais ou menos uma em cada 10 pessoas com autismo e em, aproximadamente, uma em cada 2 mil com danos cerebrais ou retardamento mental, a síndrome de Savant é citada na literatura científica desde 1789, quando Benjamim Rush, o pai da psiquiatria americana, descreveu a incrível habilidade de calcular de Thomas Fuller, que de matemática sabia pouco mais do que contar.  
Langdon usou o termo idiot Savant (sábio idiota), para identificar a síndrome, aceito na época em que um idiota era alguém com QI (quociente de inteligência) inferior a 25. Atualmente, graças aos cerca de cem casos descritos na literatura científica, sabe-se muito mais sobre esse conjunto de habilidades - condição rara caracterizada pela existência de grande talento ou habilidade, contrastando fortemente com limitações que, geralmente, ocorrem em pessoas com QIs entre 40 e 70.
Há ainda muito a ser esclarecido sobre a síndrome de Savant. Os avanços das técnicas de imageamento cerebral, entretanto, vêm permitindo uma visão mais detalhada da condição, embora nenhuma teoria possa descrever exatamente como e por que ocorre a genialidade no portador da Síndrome de Savant.
Mais de um século, desde a descrição original da síndrome, especialistas vêm acumulando experimentos. Estudos realizados por Bernard Rimland, do Autism Research Institute (Instituto de Pesquisa do Autismo), em San Diego (Califórnia,Estados Unidos) vêm corroborar com a tese de que algum dano no hemisfério esquerdo do cérebro faz com que o direito compense a perda. As habilidades savants presentes em pessoas autistas são, mais frequentemente, associadas às funções do hemisfério direito (incluem música, arte, matemática, formas de cálculos, entre outras aptidões), e as habilidades mais deficientes são as relacionadas com as funções do hemisfério esquerdo (incluem linguagem e a especialização da fala).
O hemisfério cerebral esquerdo que controla o lado direito do corpo, tem 186 milhões de neurônios a mais que o direito. Kim Peek, um dos portadores da síndrome de Savant que inspirou o filme Rain Main (protagonizado por Dustin Hoffmann), apresentava agenesia do corpo caloso, ou seja, uma ausência do conjunto de fibras que une os dois hemisférios cerebrais. Ele tem uma memória extraordinária podendo ler um livro em cerca de uma hora e lembrar de aproximadamente 98% daquilo que leu, além de conseguir acessar a informações de cerca de 12 mil livros.
Fontes: pt.wikipedia.org / The Brain- Discover(2009).

Na Síndrome de Savant encontramos pessoas com autismo ou outro tipo de desordem mental que possuem genialidades em áreas específicas, também chamada de “ilhas de genialidade”.

Estas pessoas possuem habilidades extraordinárias, que contrastam com sua cognição de forma geral.

Estas habilidades estão relacionadas a cinco áreas distintas: arte, música, cálculos, datas e matemática ou que envolvam habilidades mecânica ou espaciais;

O Autismo está presente somente em 50% das pessoas com Síndrome Savant. Os outros 50% apresentam outras formas de limitação em seu desenvolvimento, como retardo mental ou outra lesão no sistema nervoso central.

É possível encontrar três classes distintas de pessoas com Síndrome de Savant:
  • Savant habilidoso é o tipo mais comum. São as pessoas que têm obsessão ou grande preocupação em decorar coisas triviais, como músicas, esporte, mapas, fatos históricos, etc.
  • Savant talentoso é representado pelas pessoas que possuem grande deficiência cognitiva, porém também tem um grande talento, pode ser voltado para música, arte, normalmente uma área específica.
  • Savant prodígio, nesta classificação encontramos as pessoas que possuem habilidade extremamente proeminente, que não poderia ocorrer com pessoas fora dessa condição.
Veja mais sobre Autismo, Síndrome de Asperger, Síndrome de Savant, deficiência cognitiva, prodígio cognitivo, criança prodígio, como tratar crianças com síndromes, acesse estas categorias no site ou clique nos links desta página.

Síndrome del sabio

De Wikipedia, la enciclopedia libre

El síndrome del sabio o síndrome del savant, es un diagnóstico médico no reconocido, pero el investigador Darold Treffert lo define como un estado patológico según el cual algunas personas con desordenes mentales como el autismo, pese a sus discapacidades físicas, mentales o motrices, poseen una sorprendente habilidad o habilidades mentales específicas. Estos individuos son denominados savants (sabios), término francés utilizado para designar a los virtuosos de las artes. Treffert afirma que esta situación puede ser genética, pero que también puede ser adquirida. Se ha demostrado que las capacidades de algunos savants han sido accionadas por una lesión cerebral, antes estaban presentes pero no se ponían de manifiesto. Este síndrome fue descrito por primera vez en 1978 en artículo de la revista Psychology Today.
Según Treffert, la mitad de personas con el síndrome del sabio son autistas, mientras que la otra mitad tiene otra incapacidad relacionada con el desarrollo, retraso mental, lesión cerebral o enfermedad mental. Él afirma que “… no todas las personas autistas padecen el síndrome del sabio al igual que no todas las personas con el síndrome del sabio tienen desorden autístico”. Otros investigadores indican que los rasgos y las habilidades autísticos del sabio pueden estar ligados.
Aunque aún es más raro que la condición del savant en sí misma, algunos savants no tienen ninguna anormalidad evidente con excepción de sus capacidades únicas. En la actualidad, existen aproximadamente 50 personas en el mundo que han sido diagnosticadas con este síndrome.[1]

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Características [editar]

De acuerdo con Treffert, si existe una característica común que describe a los savants es su memoria prodigiosa, que es de un tipo especial.[2] Es una memoria que él define como “muy profunda, pero excesivamente estrecha”. Estrecha en el sentido de que pueden recordar pero tienen dificultad a la hora de utilizar su memoria.
En general, y teniendo en cuenta el enorme repertorio de conocimientos del ser humano, es curioso el hecho de que las habilidades más usuales de los savant se centren en 4 categorías principales:
  • Arte (música, pintura y escultura): Se caracterizan por ser grandes intérpretes musicales, especialmente al piano, pintores y escultores. Suelen tener habilidades innatas para comprender e interpretar la música.
  • Cálculo de fechas: Algunos savant pueden memorizar calendarios enteros y recordar datos referentes a cada uno de esos días.
  • Cálculo matemático: Capacidad para la realización de complejos cálculos matemáticos mentalmente de forma instantánea y con gran precisión, como por ejemplo el cálculo de números primos o la realización de divisiones con 100 decimales mentalmente.
  • Habilidades mecánicas y espaciales: Capacidad para medir distancias casi exactas sin la ayuda de instrumentos, construcción de detalladas maquetas, memorización de mapas y direcciones...
Existen además otra serie de habilidades, más inusuales y en general más particulares del individuo, como facilidad para el aprendizaje de múltiples idiomas, fuerte agudización de los sentidos, perfecta apreciación del paso del tiempo sin necesidad de relojes, etc.

Teorías sobre el síndrome del sabio [editar]

En la actualidad, no existe ninguna teoría médica capaz de explicar la razón de esta curiosa condición humana, no al menos en su totalidad. Aunque algunos savants han sufrido lesiones cerebrales, en otros no es posible encontrar rastro alguno de “anormalidad”, no al menos mediante las herramientas de diagnóstico actuales. De hecho, ciertos neurólogos apoyan la tesis de que los savant tal vez “compartan” con los superdotados ciertos subprocesos mentales, pertenecientes a un nivel específico del cerebro. En cualquier caso, y de una manera u otra, este síndrome ha despertado la fascinación de muchas personas a lo largo de su existencia, y no es para menos, ya que muestra el enorme potencial que nuestro cerebro oculta en su interior (aún a costa de otros efectos no deseados).
En la actualidad se ha descubierto que parte de sus asombrosas habilidades son gracias a que llevan a cabo los procesos mentales con hemisferios cerebrales distintos a los que una persona promedio utiliza para procesar la información.

Casuística [editar]

A juzgar por Treffert:
  • Uno de cada diez autistas tienen las habilidades de un savant.
  • El 50% de los savants son autistas; el otro 50% tiene otra incapacidad relacionada con el desarrollo, retraso mental, lesión cerebral o enfermedad mental.
  • Los varones savants superan seis veces en número a las mujeres savants.

Savant famosos [editar]

Los siguintes no son savants pero reunen algunas de sus características:
  • Kim Peek, americano residente en Salt Lake City, Utah. Kim es capaz de leer extraordinariamente rápido. Puede leer simultáneamente dos páginas de un libro en tan solo 8 segundos, usa cada ojo para leer una página distinta. Kim recuerda el 98% de los 15.000 libros que ha leído, de modo que ha adquirido una enorme cantidad de conocimiento que abarca distintos ámbitos: desde la geografía hasta la literatura, pasando por música, historia, filosofía… Kim es además un GPS humano. Conoce de memoria todos los mapas de EEUU, puede decirte exactamente cómo llegar de una ciudad a otra explicando detalladamente que calles debes de cruzar.
En la cultura popular, el personaje autista de ficción Raymond Babbit que fue interpretado por Dustin Hoffman en la película Rain Man (por la que se llevó el óscar al mejor actor) está inspirado en Kim Peek.[3]
Los siguientes son artistas autistas con un talento superior a la media en sus campos:

Véase también [editar]

Referencias [editar]

  1. Redacción. «Aproximadamente 50 personas en el mundo padecen esta condición: Síndrome del sabio, la genialidad oculta». Consultado el 23/5/2009. «Cifra estimada.»
  2. Güido Riggio Pou (27 de octubre de 2008). «Los filtros cerebrales».
  3. Ileana Lotersztain. «Los “idiotas sabios”».
  4. Hugo Víctor Ramírez Villarroel. «Aprendiendo una lengua».
  5. ELMUNDO.ES. «Así dibujó la capital la 'cámara humana'».
  6. El País. «Los trazos de la buena memoria».
  7. La Nación. «Stephen el memorioso».
  8. Mauricio-José Schwarz. «Y los savants nos ayudan a comprendernos».

Enlaces externos [editar]

Síndrome de Savant: relato de caso e revisão da literatura

Savant Syndrome: case report and literature review

Renata Silva Jorge (1)
Djalma Aranha Braga (2)

(1) Acadêmica do 5º Ano de Medicina da UNIMES
(2) Neuropsiquiatra e Preceptor do Estágio de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital Ana Costa, Santos.
     Local onde o trabalho foi realizado: Hospital Ana Costa, Santos
     Endereço para contato: R. Pedro Américo, 60 - Campo Grande, Santos - SP - Brasil -      CEP: 11075-905 - e-mail: anacosta@anacosta.com.br

RESUMO
  Objetivo: descrever um caso de Sd. de Savant, condição rara caracterizada pela existência de   grande talento ou habilidade contrastando fortemente com limitações decorrentes das mais   variadas desordens mentais, incluindo o transtorno autista.
  Descrição: 5 anos, masculino, autista, portador de amaurose bilateral, é capaz de cantar várias   músicas, repetindo-as com perfeição a partir da primeira vez que as ouve. Apresenta problemas   comportamentais que estão sendo inibidos e evolui bem, começando a interagir com outras   crianças na APAE em que freqüenta. Conclusões: a Sd. de Savant não é um transtorno ou uma   doença por ela mesma. Portanto, não existe um tratamento para esta síndrome. Diante de um   caso de Savant, devemos direcionar a terapêutica à disfunção de base do sistema nervoso   central. Os talentos e habilidades especiais que os savants apresentam podem ser úteis em sua   reabilitação, como uma forma de engajamento social.
  Palavras-chaves: Savant. Autismo. Síndrome intratável.

ABSTRACT
  Objective: to describe a case of Savant Syndrome. It is a rare condition in which person with   various developmental disorders, including autistic disorder, have astonishing islands of ability,   brilliance or talent that stand in stark, markedly incongruous contrast to overall limitations.   Description: a five years old boy who is autistic and blind, is able to sing many songs with   perfection after hearing it for the first time. He has some behavior disorders that are been   inhibited and evolves well. Conclusions: Savant Syndrome is not a disorder or disease by itself.   Therefore the treatment for Savant Syndrome is the same treatment as that directed toward   the more basic central nervous system disorder. The special skills and abilities demonstrated,   can be used as a useful tool in the overall treatment and rehabilitation.
  Keywords: Savant. Autism. Intractable syndrome.

INTRODUÇÃO
A Síndrome de Savant é uma condição rara, em que a pessoa portadora das mais variadas desordens mentais, incluindo o autismo, apresenta brilhante talento ou habilidade contrastando fortemente com suas limitações. Esta condição pode ser congênita ou adquirida. Aproximadamente uma a cada dez (10%) pessoas autistas tem Síndrome de Savant. Em outras formas de transtorno mental, retardamento ou lesão cerebral, Savant está presente em menos de 1% dos casos.8 Porém, como estas outras formas de doenças mentais são muito mais comuns do que o autismo, podemos dizer que 50% das pessoas com Síndrome de Savant são autistas e os outros 50% sofrem de algum outro tipo de transtorno, como falhas no desenvolvimento, retardamento mental ou seqüelas de um dano cerebral

RELATO DE CASO
ELPFP, 5 anos, masculino, natural do Guarujá, com amaurose bilateral por um defeito na formação do nervo óptico (enxerga apenas luzes). Desde o nascimento apresenta retardo no DNPM. Preenche os critérios para Autismo segundo o DSM-IV (comprometimento qualitativo da interação social e da comunicação; uso estereotipado e repetitivo da linguagem; padrões restritos e repetitivos de comportamento; preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesse; maneirismos motores estereotipados e repetitivos - p. ex., agitar ou torcer mãos ou dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo)1. É capaz de cantar várias músicas, repetindo-as completamente a partir da primeira vez que as ouve. Durante este ato, cessam-se os movimentos estereotipados.
Após terminar de cantar, os movimentos estereotipados e automatismos retornam e o menino demonstra-se bastante agitado. Atualmente apresenta problemas comportamentais que estão sendo inibidos, e os familiares estão sendo orientados quanto ao manejo da criança. Os principais objetivos em relação à condução deste caso são: aumentar a comunicação verbal; diminuir ecolalia e estereotipia; estimular percepção tátil, noção espacial e temporal; desenvolvimento de autonomia e independência. Segundo relatos de sua mãe, o menino está começando a interagir com outras crianças na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) que freqüenta. A deficiência visual dificulta a aprendizagem do aluno em alguns aspectos, porém o mesmo tem uma boa compreensão, conseguindo memorizar facilmente seqüências e rotinas. Quanto às atividades pedagógicas, o professor é facilitador e orientador, inibindo os comportamentos inadequados de forma que o mesmo utilize suas potencialidades de forma positiva.


DISCUSSÃO
Sem dúvida, savants estiveram presentes durante toda a história. No final do século XVIII, B. Rush já havia relatado casos semelhantes. Entretanto, o termo “Savant” não foi aplicado a estas pessoas especiais até 1887, quando o Dr. J. Langdon Down, descreveu cerca de 10 casos com grande riqueza de detalhes onde havia um grande contraste entre superioridade e incapacidade na mesma pessoa. As habilidades especiais incluiam talentos extraordinários para música, artes, matemática e mecânica, sempre acompanhados de uma memória fenomenal, presente em cada um dos casos. Dr. Down é mais conhecido por ter nomeado a Síndrome de Down, mas os casos dessas pessoas com habilidades especiais em contraste com suas deficiências, chamou muito a sua atenção. Sendo assim, foi ele quem cunhou o termo “idiot savant” para designar estes indivíduos extraordinários. Dr. Down resolveu juntar estas duas palavras porque na época, “idiot” (idiota) era um termo científico utilizado para designar pessoas com um certo grau de retardamento mental (Q.I. abaixo de 25) e “savant” ou “pessoa inteligente” é derivado da palavra francesa savoir que significa saber. Porém o termo “idiot savant” (idiota inteligente) não é mais utilizado para designar estas pessoas especiais, pois notou-se que quase todos os casos descritos a partir daquela época, ocorriam em pessoas com Q.I. acima de 40. Desta maneira, este termo foi substituído por outro mais adequado e melhor aceito, “Síndrome de Savant”8. Além disso, não é o baixo Q.I. ou o retardamento mental, seja ele apresentado como um sintoma ou uma doença isolada que determina se uma pessoa é ou não um savant. O termo Síndrome de Savant engloba uma série de diferentes transtornos mentais, onde o retardamento mental está incluído, porém não se restringe a ele. O termo deficiência mental, quando aplicado à Síndrome de Savant pode incluir transtornos como Autismo, Asperger, Hiperlexia ou Sd. de Williams, por exemplo. Em algumas destas pessoas, o Q.I. pode ser normal ou até mesmo acima do normal6.
A Síndrome de Savant ocorre de 4 a 6 vezes mais freqüentemente em homens do que em mulheres. Parte disto se deve ao fato de que ela ocorre em aproximadamente 10% das pessoas autistas, que se apresentam com esta mesma desproporção homem/mulher. Além disso, Geschwid e Galaburda demonstraram com detalhes em uma recente pesquisa que no desenvolvimento do feto humano, o hemisfério esquerdo do cérebro sempre completa sua formação mais tarde que o hemisfério direito7. Sendo assim, o hemisfério esquerdo do cérebro é exposto por um período maior de tempo à injúria cerebral de qualquer natureza. Um certo tipo de dano neuronal pode ser produzido pela circulação de testosterona, que no feto masculino alcança níveis muito altos e pode ser, em alguns casos, neurotóxica. Esta mesma injúria de desenvolvimento mediada pela testosterona, causando dano ao hemisfério cerebral esquerdo antes do nascimento pode explicar a mesma desproporcionalidade homem/mulher observada em algumas outras formas de disfunção do sistema nervoso central, como gagueira, dislexia, hiperatividade, dificuldades de aprendizagem e transtorno autista propriamente dito2.
Durante todo o século passado, foi observado que na maioria dos casos, as habilidades presentes na Síndrome de Savant estão curiosamente restritas à apenas cinco áreas do conhecimento geral – música, arte, cálculo ou outras habilidades matemáticas, cálculos de calendário e habilidades mecânicas/espaciais8.
A habilidade musical geralmente é a mais comum. Algumas pessoas com Síndrome de Savant podem tocar piano com perfeição, sem nunca ter estudado para isso. Elas são capazes de reproduzir músicas que ouviram por uma única vez, ou mais raramente, criar suas próprias composições. A tríade incapacidade mental, cegueira e geniosidade musical foi relatada com certa freqüência no século passado. Este é um fato curioso, particularmente se considerarmos a relativa raridade de cada uma dessas circunstâncias individualmente. O talento para as artes, como pintura ou desenho, é o segundo mais freqüente. Outras formas de talento artístico, como habilidade para fazer esculturas também podem estar presentes. Cálculos de calendário (datas) é particularmente comum entre os “savants”, especialmente se considerarmos o quanto esta habilidade é rara na população em geral. Estes indivíduos são capazes de dizer o dia da semana em que qualquer data irá ocorrer em um ano particular. Esta habilidade também inclui o fato de nomear todos os anos do próximo século em que a Páscoa irá cair no dia 23 de Março, por exemplo. Além disso, eles também conseguem dizer todos os anos nos próximos vinte, em que o dia 4 de Julho será uma Terça-feira.
Outras habilidades são ocasionalmente vistas, incluindo aquisições multilinguais ou idiomas incomuns. Tipicamente uma habilidade destas em particular ocorre predominantemente em cada pessoa com a Síndrome de Savant. Entretanto, em alguns casos múltiplas habilidades podem ocorrer na mesma pessoa. Qualquer que seja o tipo de habilidade, esta estará sempre relacionada a uma memória prodigiosa, e é este tipo de memória - extraordinariamente profunda, mas ao mesmo tempo muito limitada - que está presente em todas as várias habilidades especiais e une as condições que caracterizam a Síndrome de Savant.
Há alguns exemplos interessantes de pacientes portadores da Sd. de Savant na literatura atual. Kim Peek, sabe mais de 7600 livros de cor tão bem quanto qualquer código de área, rodovia, cep e estação de televisão dos Estados Unidos. Dele veio a inspiração para o personagem de Dustin Hoffman, Raymond Babbit, no filme Rain Man de 1988. Kim é também portador de retardamento mental e necessita da ajuda de seu pai para realizar muitas das tarefas básicas do dia-a-dia. Outro exemplo interessante é o de Leslie Lemke que é cego e sofre de paralisia cerebral. Apesar de nunca ter estudado piano, compõe músicas e é capaz de reproduzir diversas sinfonias, mesmo tendo-as ouvido por uma única vez. Richard Wawro é um pintor escocês renomado e conhecido internacionalmente. Desde os 17 anos de idade expõe seus trabalhos, que têm colecionadores famosos como Margaret Thatcher e Papa João Paulo II, entre outros. Ele é autista7.
Existe um grande número de teorias que tenta explicar o que causa a Sd. de Savant, porém nenhuma delas consegue explicá-la totalmente. Dentre essas teorias, há uma que se destaca por conseguir dar uma explicação consistente e plausível à maioria das habilidades savant. Esta teoria se baseia na injúria do hemisfério esquerdo do cérebro com a subseqüente compensação do hemisfério direito cerebral. É conhecido que os dois hemisférios cerebrais tendem a ter funções especializadas.
As habilidades mais freqüentemente observadas nos savants são aquelas associadas com o hemisfério direito, enquanto que suas deficiências se relacionam àquelas associadas ao hemisfério esquerdo. Estudos de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética)5 demonstraram que realmente em alguns casos da Sd. de Savant há lesão do hemisfério esquerdo e essas lesões documentadas corresponderam às deficiências de funções do hemisfério esquerdo em detalhados testes neuropsicológicos. Recentes estudos de PET scan em pessoas idosas, que eram aparentemente normais e passaram a desenvolver habilidades semelhantes àquelas presentes na Síndrome de Savant demonstraram além de uma demência fronto-temporal, defeitos no lobo temporal esquerdo, reforçando a veracidade desta teoria7.
Na verdade, a Síndrome de Savant não é um transtorno ou uma doença por ela mesma. É, ao invés disso, uma condição em que extraordinárias habilidades e memória prodigiosa são superimpostas à uma disfunção cerebral de base que surge de um defeito do desenvolvimento ou à algum transtorno mental. Portanto, não há tratamento para a Síndrome de Savant, além daquele direcionado à disfunção de base do sistema nervoso central, como autismo ou transtorno de Asperger, por exemplo. Em casos de pessoas com alguma outra forma de lesão do sistema nervoso central, como demência fronto-temporal, por exemplo, o tratamento e reabilitação, seriam àqueles direcionados aos sintomas residuais de tal injúria.
Os talentos e habilidades especiais que os savants demonstram são úteis no tratamento e reabilitação de seu transtorno ou doença de base3,4. Em muitos casos essas habilidades extraordinárias podem ser usadas como uma forma de engajamento social. A pessoa deficiente pode incrementar sua capacidade de comunicação e interação social, promovendo o desenvolvimento de hábitos da vida cotidiana e independência. Desta maneira as habilidades especiais podem até servir como “condutores de normalização” para o savant8.


CONCLUSÃO
Foi descrito um caso de Síndrome de Savant associada ao autismo e suas principais características. É importante ressaltar que nem todas as pessoas com Sd. de Savant são autistas e nem todos os autistas têm Sd. de Savant. Como esta síndrome não caracteriza um transtorno ou uma doença isolada, não existe um tratamento específico além daquele destinado à disfunção de base do sistema nervoso central. Pelo contrário, os talentos e as habilidades especiais que os savants demonstram podem ser úteis em sua reabilitação, servindo como uma forma de engajamento social, promovendo integração e uma melhor qualidade de vida a estes pacientes.

A utilidade dos “tender points” no diagnóstico de fibromialgia foi posteriormente confirmado em vários estudos clínicos, com a adoção de diferentes critérios clínicos baseados na exclusão de doenças sistêmicas e a presença de certos sintomas e pontos dolorosos. Tais critérios levaram a uma sensibilidade de 88,4% e uma espe-cificidade de 81,1% e passaram a ser aceitos internacionalmente.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. DSM-IV-TRTM : Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 4ª ed. rev. Porto Alegre: Artmed; 2002.
2. Kaplan HI, Sadock BJ, Grebb JA. Compêndio de Psiquiatria. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed; 1997;38:979-984.
3. Kazdin AE: Replication and extension of behavioral treatment of autistic disorder. Am J Ment Retard 1993;97:377.
4. Lovaas OI: Behavioral treatment and normal educational and intellectual functioning in young autistic children. J Consult Clin Psychol 1987;55:3.
5. Pisen J, Berthier ML, Sharkstein SE, Nehme E, Pearlson G, Folstein S. Magnetic resonance imaging: Evidence for a defect of cerebral cortical development in autism. Am J Psychiatry 1990;147:734.
6. Rutter M: Infantile autism and other persasive developmental disorders. In Child and Adolescent Psychiatry: Modern Approaches. 2ª ed. Blackwell; Oxford; England; 1985.
7. Treffert DA, Wallace GL: Islands of Genius. Scientific American. Wisconsin 2002; 6:76-85
8. Treffert DA. Savant Syndrome: Frequently Asked Questions [on-line]. University of Wisconsin Medical School, Madison, 2002. Disponível em URL:http://www.wisconsinmedicalsociety.org/savant/faq.cfm